A nossa relação com o alfabeto, situa-se de forma oposta consoante se trata de letras maiúsculas ou minúsculas.
Nas maiúsculas, o escritor com maturidade psicológica utiliza a forma tipográfica
O formato escolar, aquele com que todos aprendemos a escrever, é utilizado pelos escreventes que ficam parados na infância. O crescimento e maturidade determinam a substituição progressiva de um alfabeto pelo outro. Se tal não acontece, então é porque o escritor tem bloqueios que impedem a sua evolução.
Nas minúsculas, o formato escolar é o natural. A sua substituição pelo tipográfico, significa que o escritor se defronta com resistências ao seu crescimento harmonioso.
Porquê esta aparente contradição na evolução da escrita versus a evolução da maturidade?
No que diz respeito às maiúsculas, parece-nos que o factor essencial se prende com a clareza e simplicidade do sinal gráfico: As escolares têm volutas desnecessárias. Há traço inútil, que não acrescenta clareza.
Nas minúsculas, a forma escolar é fluída, com menos ângulos, mais simples e, acima de tudo mais progressiva do que o formato tipográfico, que se revela mecânico, com movimentos mais ligados ao passado e com pressão mais exercida no sentido da matéria.
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