terça-feira, 28 de abril de 2015

A continuidade nas letras.

   A continuidade do traço, além de poder ser observada na ligação entre as letras, está igualmente presente nas próprias letras. Na letra descontinua, a mão levanta-se, interrompendo o traço, antes de concluído todo o curso necessário para completar o sinal.
   Na escrita abaixo, a maioria das letras é descontinua. Elas são como que inacabadas, exprimindo dúvidas, faltas, medos, sofrimentos, inibições,etc, e deverão ser interpretadas de acordo com o significado da letra. 
   No final do texto manuscrito, o E, letra da susceptibilidade e estabilidade, apresenta-se com diferentes continuidades e formas. Elas revelam o estado do escritor nas significações indicadas.

   O E maiúsculo em formato escolar é das pessoas susceptíveis. Não se lhes pode dizer nada, porque se sentem muito ofendidas. No seu pensamento, há sempre uma memória da infância a conectar-se com a vida presente. Nessa memória, a criança sentiu-se injustiçada. Esse sentimento arrasta-se para tantas outras situações da vida onde talvez não devesse estar. 



quinta-feira, 23 de abril de 2015

Escrita em script

   A escrita em script, diz respeito ao aspecto da continuidade do traço e é um "género" particular da escrita descontinua. Ela é caracterizada por as letras não se ligarem, tal como na escrita descontinua, e em simultâneo a forma das letras ser tipográfica.  
   A interpretação é a mesma que para a escrita descontinua, sendo que essas características ainda estão mais acentuadas. O escritor coloca uma mascara, por trás da qual se procura proteger. A forma tipográfica, sendo um produto de instrumento mecânico, adere melhor à necessidade  de distanciamento e ocultação do estado de alma do escrevente. 

terça-feira, 14 de abril de 2015

Outra assinatura

   Para além do  referido neste texto, parece-me pertinente o seguinte, relativamente à seguinte assinatura:

        -O escritor tem o D maiúsculo no formato escolar, revelando, com isso, que ficou prisioneiro do seu passado. O desenho sinistrogiro do D fixa-o no seu passado, comprometendo os projectos para o futuro.
        -O R, letra da inteligência, tem igualmente um percurso sinistrogiro. Aí, a estrutura base, constituída pela haste, não está completa. A inteligência está pouco escorada em princípios.
        -  Estas duas maiúsculas, em formato escolar, impedem o escritor de aceder a uma maturidade psicológica
        -Os dois ff com que a assinatura termina. muito saturnianos, não se ligam à realidade. De facto o ensaio de ligação faz-se ao nível dos instintos mais profundos, mais escondidos, sendo ainda que essa ligação é feita em ângulo fortíssimo, denotando uma revolta cega.
        - O desenho global da assinatura, sem duvida cheio de força, parece-nos o de um escritor mergulhado entre uma nuvem enorme de memorias localizadas no passado, a que corresponde a enorme "bola" à esquerda do D, e uma dupla barreira intransponível para o futuro, simbolizada pelos dois ff milimetricamente paralelos,portadores da falta de espontaneidade.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Não há acasos no universo

   Os grandes ensinamentos dizem-nos que não há acasos no universo.

   Que poderemos dizer deste escritor, que se chama José, e que escreve parte da sua assinatura, da forma reproduzida?
   Dele, poderemos observar, entre outros, o seguinte:
      - Suprime o "o" .  O fenómeno da supressão não será obra do acaso. Trata-se do nome próprio do escritor, não sujeito a um esquecimento.  Parece, também, haver uma tentativa rudimentar de o desenhar. O "o" tem estreitas relações com a oralidade do bebé e, quando houve dificuldades no aleitamento do recém nascido, ficam marcas e sofrimentos que perduram por uma vida. No escritor em questão, o medo da lembrança dessa frustração oral parece ser tão grande que, procura extinguir as pontes simbólicas para essas memorias.
     -Essa supressão provoca uma separação da continuidade da escrita. Há uma falta de coesão num nome tão pequeno. Um silencio, um vazio na alma do escritor, é  representado por essa ausência.
     -O "J" tem uma boa dimensão. O escritor vê-se com importância perante os outros. Socialmente situa-se bem.
     - Na linha do tempo, há uma barreira relacionada com o passado, constituída pelo primeiro traço vertical com dimensão grande. Na progressão para o futuro há uma intenção de penetrar no outro, simbolizada num estreitamento progressivo da escrita .
     - O "J" revela características relacionadas com Júpiter/Terra .

   Não há acasos no universo... esta simples assinatura não é um acaso. Nela, para quem souber ler, há todo um universo condensado.